sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Vida escolar.

Meu desabrochar para o início do desvendar do conhecimento começa em 1981, em pleno governo militar. Este início se dá na Escola Municipal João Proença, localizada nas cercanias de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Escola esta fincada em uma comunidade de uma idade cinquentenária a qual meus pais por ali passaram, meus irmãos estudaram e eu ainda peguei um bom convivio daquele ambiente.
Busco nas minhas lembranças, fecho os meus olhos, vislumbro aqueles momentos formidáveis, a professora que me alfabetizou, Dona Aljacira, uma mulher alta, mais ou menos 1,80 de altura, cabelos crespos e usava um óculos fundo de garrafa, mas que nos fazia prendermos em sua aula, que por sinal era dinâmica e alegre e quando me dava por mim era hora de ir para casa. Fui alfabetizado. Estava preparado para ir para série seguinte.
Na segunda série tinha um a professora chamada Dona Sônia, enérgica, sisuda, cobrava muito dos alunos, mas o meu interior só queria brincadeiras tendo em vista a idade que tinha, conclusão tomei pau, repeti a série.
No ano seguinte passo com boas notas e começo a mudança de trajetória na minha vida.

Na terceira série utilizo esse mesmo empenho e logro êxito a série subsequente.

Na quarta série, já nós preparando para o ginásio, já houve uma grande mudança tinhas duas professoras, até aqui uma ausência brutal do sexo masculino.

Na quinta série onde todos diziam que seria a série mais difícil, um professor para cada disciplina ministrando cada um sua matéria me assustou, já não podia mai copiar a lápis, somente a caneta, me exigia uma organização maior, pois tinha que ir a biblioteca fazer trabalhos em grupo e muitas vezes me reunir na casa de amigos, fato este que deixava meus tios pais desconfortados, o sucesso veio com a aprovação.

Na sexta série já estava o Brasil em ebulição a constituição batendo a porta, mobilizações sendo feitas e eu já começava a me enveredar para o meio político, virei presidente de Grêmio, consegui audiência com o Sr. Jó Resende vice-prefeito do Sr. Saturnino Braga, atuialmente senador da República, foi uma extensão da quinta série, passei mas não com tanto empenho fato este que não me recordo de quase nenhum professor.

Chega a sétima série a tão temida série da época, fiquei reprovado em matemática.
Peguei um professor de matemática que não tinha perna, pois usava desse fato para contar histórias tenebrosas, fato este que me deixava muito assustado, pois além disso esse professor tinha um histórico muito grande de reprovações, mas o ambiente propício ao qual me encontrava me levaram a não me dedicar aos estudos, pois ocupava parte do tempo com assuntos pertinentes ao que eu achava que seria interesses ideológicos, tudo isso vindo a contribuir para minha reprovação.

No início do ano letivo tive uma conversa com um amigo e ele me deu a seguinte orientação, disse que eu precisava reunir o máximo de pontos nos dois primeiros bimestres para que os bimestres subsequentes fossem um pouco mais fácil, pois bem diante deste método tive um desempenho formidável, passando com ótimas notas. Conhecimentos estes que me levaram a passar para duas escolas técnicas, CEFET e Visconde de Máua, tornando-me um bom exemplo para mim, para escola e para os professores remanescentes, venhon ainda relatar que na rede municipal do Rio de Janeiro no início da década de 9o, no dia da minha formatura um professor paraninfo me abriu o olhos em seus relatos onde dizia que dos quarenta alunos que iniciaram comigo na vida escolar somente 55% terminariam, pois eu havia transposto este obstáculo, estava eu inserido nesta vitória.

Meu segundo grau:
Deu-se na Escola Visconde de Máua pois era mais próximo de minha casa, porque já nesta época havia perdido minha mãe, tinha que trabalhar para me sustentar e precisava estudar um pouco mais próximo de minha residência, porque na década de 90 tinha-se a a visão que o jovem teria que ser preparado para o mercado de trabalho, condição essa que seria adquirida em uma escola técnica. Estudei a noite durante 04 anos, uma turma muito pequena comecou com vinte e dois alunos e terminamos em 13 alunos, condição esta que não levava a um convívio tão humanitário do professor para o aluno e vice-versa, tendo a minha formação em 1995. Sendo um vitorioso, pois constatei que dos que entraram cerca de 50% se formaram e eu estava dentro deste rol.

Em 2009 entrei na UERJ a minha primeira opção seria história do Brasil, porém meus pontos só davam para eu estudar no campus de São Gonçalo, sendo eu oriundo e morador de Campo Grande a distância foi o entrave, tendo em vista que eu teria que estudar no período noturno em função do meu trabalho, que fica localizado entre Itaguaí e Santa Cruz, foi quando optei pelo campus da FEBEF. Mas me questiono se é isto mesmo que quero e se estou no curso certo, são muitos questionamentos, muitas perguntas e poucas respostas, encontro-me em um turbilhão de conceitos, de ideias, vejo que posso mudar o rumo da educação se continuar nesta academia, mas preciso me encontrar como um educador.